sexta-feira, 21 de maio de 2010

Polícia do Senado abrirá inquérito para investigar 'fantasmas'


A Polícia Legislativa do Senado vai instaurar um inquérito para investigar a contratação de funcionários "fantasmas" no gabinete do senador Efraim Morais (DEM). Nessa quinta-feira (20) foram ouvidas as duas irmãs que fizeram a denúncia. Elas reafirmaram que eram contratadas do gabinete sem saber e recebiam apenas R$ 100 que seriam uma bolsa e não o salário de R$ 3,8 mil registrado pelo Senado.

Após o depoimento, a Polícia do Senado aguarda a chegada de documentos relativos à contratação, mas já adiantou que será necessário abrir a investigação formal. Na próxima semana deverá ser ouvida a funcionária que fez a contratação das estudantes que fizeram a denúncia. A irmã da funcionária também será ouvida por suspeita de envolvimento no esquema.

O senador nega ter conhecimento do caso e informou que já mandou demitir as duas irmãs e a funcionária que estaria envolvida na questão.

Efraim foi denunciado à Polícia Federal por suspeita de contratação de funcionários fantasmas. A denúncia foi feita pelas irmãs Kelriany e Kelly Nascimento da Silva. Ambas não tinham emprego fixo, mas recebiam o que acreditavam ser uma bolsa de estudos de R$ 100 que duas amigas teriam conseguido junto à Universidade de Brasília (UnB). Para isso, elas assinaram procurações que iriam para a universidade.

Segundo a história contada por elas, as amigas pediram documentos e autorização para abrir conta em banco e as levaram a locais fora do Senado para fazer um exame de saúde que seria necessário para a bolsa. Na verdade, se tratava de um exame admissional.

As irmãs Kelly e Kelriany só descobriram que eram funcionárias do Senado no mês passado, quando uma delas conseguiu um emprego e foi abrir uma conta bancária. Elas descobriram que já estavam empregadas no gabinete do senador e que "recebiam" um salário de R$ 3,8 mil.

Segundo as irmãs que fizeram a denúncia, uma das amigas que pediu a procuração é Mônica da Conceição Bicalho, que trabalha para o senador. A outra acusada é irmã de Mônica. Em nota, a funcionária de Efraim afirmou que o senador não tinha conhecimento da contratação das duas irmãs. Disse ainda que as duas prestavam serviços externos ao gabinete. O G1 tentou entrar em contato com ela, mas a mesma não atendeu as ligações.

O objetivo da Polícia do Senado agora é saber quem estava envolvido no esquema e para onde ia o dinheiro que era depositado nas contas de Kelly e Kelriany.

O diretor da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo de Araújo Carvalho, esclareceu nessa quinta que o órgão não investiga o senador. Se for encontrado algo que envolva Efraim diretamente, o caso será encaminhado à Corregedoria do Senado. O titular da Corregedoria, Romeu Tuma (PTB-SP), está aguardando o trabalho da Polícia do Senado para verificar se é necessária uma investigação contra o colega.

O gabinete do senador informou que ele está incomunicável e que deve retornar a Brasília na próxima terça-feira (25). G1

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